A presença de profissionais da saúde nas redes sociais se tornou um fenômeno notável. Entretanto, nem toda exposição é benéfica. Há uma linha tênue entre gerar autoridade e colocar em risco a própria reputação profissional. Por isso, é fundamental compreender o que realmente funciona na comunicação médica nas plataformas sociais — e, sobretudo, o que evitar a qualquer custo.
Autoridade se constrói com informação, não com autopromoção
Médicos que se destacam nas redes não são aqueles que falam apenas de si, mas os que conseguem traduzir o conhecimento técnico em conteúdos acessíveis. O público procura orientação clara, explicações sobre sintomas, esclarecimentos sobre procedimentos e até orientações preventivas. Ao encontrar isso, passa a enxergar o profissional como uma referência confiável.
Por outro lado, postagens exageradamente voltadas à autopromoção — como fotos em excesso, frases motivacionais vazias ou comparações entre antes e depois — transmitem uma imagem rasa, muitas vezes associada à vaidade e não ao compromisso com a saúde. Informar com empatia é o que gera proximidade verdadeira.
O que realmente engaja: conteúdos que resolvem dúvidas reais
A chave para gerar engajamento está na utilidade do conteúdo. Questões como “qual o melhor momento para procurar um especialista?” ou “como aliviar desconfortos gastrointestinais recorrentes?” costumam atrair a atenção do público, pois tocam diretamente em situações do dia a dia das pessoas.
Outra estratégia que tem se mostrado relevante é a criação de séries de postagens que expliquem, por exemplo, exames frequentes, como colonoscopia ou endoscopia. Nesses casos, até mesmo assuntos como “gastroenterologista valor consulta” podem ser abordados com naturalidade e transparência, ajudando o paciente a entender o serviço com mais clareza — sem parecer uma propaganda disfarçada.
Redes sociais não são consultórios
Um dos erros mais comuns é transformar a rede em um balcão de atendimento. Embora o contato com seguidores seja positivo, é preciso saber até onde ir. Responder comentários ou mensagens diretas com orientações genéricas, tudo bem. Já prescrever tratamentos ou interpretar exames por mensagens, além de antiético, pode gerar riscos jurídicos.
A recomendação é clara: jamais confundir engajamento com atendimento. As redes sociais servem para educar, atrair e criar uma conexão inicial. O aprofundamento do cuidado deve ocorrer dentro do consultório, com todos os critérios técnicos e humanos que o atendimento exige.
Imagens e vídeos: aliados poderosos quando usados com responsabilidade
Uma imagem vale mais que mil palavras, mas só quando bem pensada. Vídeos explicativos, fotos da equipe ou do consultório e bastidores do trabalho podem humanizar a presença digital do profissional. No entanto, o limite entre o informativo e o apelativo precisa ser respeitado.
Publicar conteúdos que envolvem pacientes exige extrema cautela. Mesmo com autorização, é preciso avaliar se a exposição é realmente necessária ou se serve apenas para alimentar vaidades. A saúde é um tema sensível, e qualquer deslize pode abalar a confiança construída.
O que afastar de vez: polêmicas, promessas milagrosas e modismos
Opinar sobre temas polêmicos, prometer resultados rápidos ou aderir a tendências passageiras são atitudes que comprometem a credibilidade. A medicina é construída sobre evidências, não sobre promessas vazias. O paciente não busca um influenciador — busca alguém em quem possa confiar sua saúde.
Outro ponto sensível é o uso excessivo de filtros ou montagens. A autenticidade ainda é um dos ativos mais valorizados. Mostrar quem se é, com profissionalismo e honestidade, transmite segurança.
